Sangue , racismo e palavrões : Mafia III quer chocar você


A primeira tela que surge após o logotipo inicial de Mafia III traz uma mensagem que até poderia ser interpretada como um pedido de desculpas antecipado: "As visões e as linguagem utilizadas no jogo são ofensivas e deploráveis. Ainda que não concordemos com a natureza delas, achamos importante incluí-las para oferecer uma representação precisa da vida e da sociedade nesse momento da história".

Ou seja, Mafia III está apenas nos avisando: a barra vai pesar daqui em diante. E não é preciso ir muito longe no jogo para sentir o que isso significa. Palavrões já são praxe em games de temática adulta e narrativa cinematográfica, e ninguém deveria se espantar com alguns "filhos da p***" falados com a boca bem cheia. Esse tipo de linguagem, Mafia III tem aos montes -- e por escrito, nas legendas em português-brasileiro (a localização, aliás, é excelente). Entretanto, talvez o público comum não esteja acostumado a presenciar cenas de preconceito racial de um modo tão escancarado em um jogo eletrônico. Mais do que isso, quem sofre o racismo propriamente dito é Lincoln Clay, o protagonista-anti-herói que você controla do início ao fim em Mafia III.

"Acho que a declaração que publicamos fala por si só", explica Matthias Worch. diretor de design do estúdio Hangar 13. "Ele explica as razões pelas quais a gente não está evitando usar este tipo de linguagem e, ao mesmo tempo, explica que esse não é o tema principal de Mafia III. O game não é sobre isso."

Para quem ainda não sabe, o tema central de Mafia III é a ascensão e a queda da cena mafiosa na fictícia New Bordeaux (uma versão estilizada de Nova Orleans), durante a virada da década de 1970. Sem filtros, floreios ou sutilezas, o que o game faz questão de nos mostrar é que a segregação racial era uma questão inevitável em se tratando de um enredo centrado no conturbado Sul dos Estados Unidos, no não menos inflamado ano de 1968.

Lincoln Clay é negro e é lembrado disso a todo o tempo, experimentando situações de desconfiança de outros personagens, além de maus tratos, xingamentos e violência gratuita. É algo perturbador de se acompanhar em um game, e havia boa chances de isso ter sido feito de modo exagerado ou inadequado. Felizmente, a 2K Games trata a questão com o respeito que o tema merece -- além de nos preparar para o que está por vir. "Queríamos ser autênticos e ter a certeza de que as pessoas não iriam reclamar que estamos amenizando ou fazendo um jogo que não passava a sensação certa", explicou Worch.

Na entrevista exclusiva realizada no início de setembro na sede da 2K Games em Novato (Califórnia), Worch também falou sobre como este terceiro exemplar da série se conecta ao restante da franquia ao mesmo tempo em que é atraente aos jogadores de primeira viagem. Entre as novidades, o diretor de design dá mais pistas sobre a participação do protagonista do game anterior, Vito Scaletta. "Ele não é apenas um coadjuvante", diz Worch. "Se você está interessado no destino dele após Mafia II, você com certeza deveria jogar Mafia III."



Fonte:  IGN
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